domingo, 21 de outubro de 2012

BULLYING MATA Amanda Todd, 15 anos

BULLYING MATA AMANDA TODD, 15 ANOS
A esta altura, você provavelmente já ouviu falar de Amanda Todd, uma garota canadense de 15 anos que se suicidou na semana passada. Sua história é de partir o coração. Pelo menos pra quem tem coração, porque olha, o relato faz com que a gente perca um tanto de fé na humanidade.
Quando Amanda estava na sétima série (ou seja, 13 anos), num grupo de bate-papo na internet, um cara a elogiou e a convenceu a mostrar seus seios. Ela mostrou. Um ano depois, recebeu um recado no Facebook de alguém que sabia tudo sobre ela (endereço, nomes dos amigos e familiares). Ele a ameaçou: ou ela fazia um showzinho particular pra ele, ou ele mandava as imagens de seus seios pra todo mundo. Foi o que ele fez. Amanda teve ansiedade e depressão e foi se refugiar em álcool e drogas. Trocou de escola pra ver se deixava seu terrível passado (mostrar os seios por alguns segundos) pra trás.
Não funcionou. O cara fez um perfil com os seios de Amanda como avatar. Ela chorava toda noite. Perdeu seus amigos, passou a se cortar. “Ninguém gostava de mim”, disse ela, num vídeo que fez com plaquinhas.
Amanda trocou de escola de novo. Lá teve umas paquerinhas com um rapaz que já tinha namorada. Quando a namorada viajou, ele avisou Amanda e pediu para que ela fosse até sua casa. Ela foi. “Pensei que ele gostasse de mim,” contou ela.
Na semana seguinte, um grupo de meninas da sua outra escola apareceu no novo colégio para humilhá-la, xingá-la, bater nela. Colegas filmaram a cena. Quando os professores apareceram, Amanda fugiu e se escondeu numa vala. Seu pai a encontrou. Chegando em casa, ela tentou se matar tomando alvejante. Foi levada às pressas para o hospital, e salva. Os recados no Facebook: “ela mereceu”, “espero que ela morra”, “você tirou a lama do seu cabelo?”.
Desta vez ela mudou não só de escola, mas também de cidade. Foi morar com a mãe. Porém, seis meses depois do último incidente, as pessoas continuavam postando fotos de alvejante. “Tomara que ela use um alvejante diferente e morra desta vez”, escreveu uma delas.
“Por que recebo essas coisas?”, perguntou Amanda. “Eu errei, mas por que continuar me seguindo? […] Todo dia eu penso: por que ainda estou aqui?”.
Ela estava com depressão, se autoflagelando, fazendo terapia. Teve uma overdose e foi parar no hospital por dois dias.
 Mas continuava sobrevivendo. E termina seu relato silencioso com um papel escrito “Não tenho ninguém. Preciso de alguém. Meu nome é Amanda Todd”. Impossível haver um pedido mais direto de ajuda.
Poucas semanas depois, Amanda se enforcou.
Agora todo mundo está devastado. Um memorial em homenagem a ela no Facebook vai passar de um milhão de “curtidas”. E, toda vez que uma jovem se mata em consequência de bullying, condenamos o bullying. Mas condenamos por pouco tempo. Logo esquecemos. Pior: tem muita gente que acha que bullying é bom. Que forma caráter.
 Semana passada, uma professora me contou que o bullying já começa quando as crianças têm dois anos. É, crianças passam a atazanar a vida umas das outras quando elas mal conseguem falar. E, com a internet, o bullying não fica restrito apenas ao tempo que a criança passa na escola. É possível incomodá-la o tempo todo, dizendo-lhe como ela é feia, inadequada, detestável –- numa fase em que a pessoa quer, acima de tudo, ser aceita.
 Amanda não foi a primeira e, infelizmente, não será a última adolescente a se matar por causa da pressão crueldade dos outros. E isso que ela era magra, linda, e hétero. Imagine quantos jovens gordos e gays o bullying não leva até a morte. Se não fosse o bully, como a vítima saberia que ela tem um ou vários defeitos, e como ela poderia se esforçar pra mudar?
 Sei. Essas mesmas revistas e jornais poderiam escrever sobre um dos inúmeros jovens gays que são bullied até a morte todo ano: “Adolescente gay decide virar hétero após sofrer bullying dos amigos”. Talvez, se Amanda tivesse sobrevivido, não fariam um título assim: “Adolescente decide ser menos vadia após sofrer bullying dos próprios colegas”. Afinal, uma menina que mostrou os seios e transou com um menino que já tinha namorada só pode ser uma vadia. E bullying só pode ser garantia de um final feliz para todos os envolvidos.
Vale ressaltar: Amanda foi apenas uma das muitas vítimas de bullying que, desesperadas, pedem ajuda e são ignoradas. Não podemos mais ajudá-la. Mas podemos ajudar jovens que sofrem bullying diariamente. Podemos dizer que ofender e perseguir pessoas não é legal.
Que a morte de Amanda não tenha sido em vão.
 
    Eu termino disendo que a morte de Amanda foi muito doloroso para mim e para todos que se importavam com ela. Se vc queria diser alguma coisa para Amanda deiche nos comentários, pois ela iria agradeçer o seu carinho !!

 

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